Olááááá amigos e amigas, tudo bem?
Hoje vou contar como foi a minha maior experiência desde que comecei a correr em 2015.
Pra quem não leu o post anterior, resumidamente 2016 foi um ano de treinos, corridas e lesões que ainda não estão 100% curadas.
Mesmo assim eu resolvi enfrentar o grande desafio que é a meia-maratona.
Mas afinal, qual é a distância de uma meia-maratona? São 21.097,5m... isso mesmo... mais de 21km. "Mas André, isso é mto?"
Uma pessoa andando a 5km/h, mais ou menos, levaria em torno de 4h13m10seg para cumprir todo o trajeto. Você já se imaginou andando sem parar por 4 horas??? Acho que agora já dá pra ter uma ideia da distância, não é mesmo? hehehe.
Passei a semana toda que antecedia a prova só imaginando como seria correr a meia-maratona, mesmo porque meus treinos/corridas não passaram de 10km. Eu teria que fazer simplesmente o dobro. Que baita desafio!
No sábado fomos retirar o kit e a ansiedade aumentou muuuuuito. Pra falar a verdade o clima na retirada do kit não era nada além do que eu já estava acostumado com as corridas de 5 e 10 km. Acho que neste ponto a organização do evento pecou bastante. Quem já participou de um evento da Golden Run sabe exatamente do que eu estou falando. Mesmo sem correr você fica com vontade de participar, tamanha é a "festa" para os atletas. Mas... voltando ao assunto...
Domingo acordei cedo e já tinha combinado com a Samantha de ir de taxi pro Pacaembu, local da 11ª Meia Maratona Internacional de São Paulo. Eu não tinha noção de como minhas pernas estariam depois da corrida e não queria arriscar a ter que dirigir. Decisão acertada... vale mto à pena pegar um taxi na volta.
Quando chegamos lá, aí a ansiedade bateu com força... adrenalina a mil. Muita gente se aquecendo, se alongando. Alguns corredores de elite se aquecendo, correndo como se nem tocasse no chão... flutuando enquanto nós, meros mortais, ficávamos imaginando como aquilo era possível. Só de vê-los correndo já me deixava cansado... e ainda teria que enfrentar 21km? "Meu Deus... vontade de sentar no chão e descansar um pouco... hahaha."
Hora da largada chegando e aquele frio na barriga aumentando... "Caramba... agora é a hora"... "Minha 'nossinhora' me ajuda"... "o que eu estou fazendo aqui?"... "se tudo der certo, daqui 2h30 estou de volta"... "Cacete... 2h30? Vou morrer"... tudo isso passando pela cabeça.
Beijo de despedida na Samantha "boa sorte amor, vai dar tudo certo"... e lá vou eu pro meio da multidão.
E foi dada a largada... uhuuuuuuu... aquela onda de gente começa a se movimentar... "bom... vou começar devagar, vou correr o quanto aguentar e depois intercalo corrida e caminhada... vamos ver onde chego"... pronto, tava traçada a estratégia!!!
Relógio disparado e começa a corrida. Alguns metros e lá estava Samantha gritando e me incentivando... "vai amorrrrrr"...
Primeiro quilômetro é uma festa, né? Todo mundo curtindo, vibrando, gritando... felicidade pura! "Olha a placa de 1km... agora só faltam 20"... isso que é otimismo!!! hehehe
Nos primeiros quilômetros minhas canelas começaram a doer, mas depois do corpo aquecer, mais ou menos no km 5, as dores sumiram e eu estava fazendo um tempo que achava bom pra quem não tinha treinado o suficiente, em torno de 6:30/km.
Do km 7 ao 8 tinha uma subida que judiou um pouco e o sol começava a incomodar. Pra falar a verdade eu estava tão preocupado com meus joelhos que o calor foi o de menos. Bebi um pouco de água, joguei o resto na cabeça e continuei...
Chegando no km 10, olhei no relógio e vi 1h06min... estava me sentindo bem e pensei "daqui pra frente é o desconhecido". Tomei um gel com água, joguei mais um pouco na cabeça e continuei.
Daí pra frente você já começa a contagem regressiva... e fica fazendo conta. "Se eu continuar nesse ritmo, acho que faço em 2h20"... doce ilusão... hehehe... chegou o km 12 e deu aquele desânimo. As pernas pesaram mas de repente começa a tocar uma música que eu gosto mto no iPod. Incrível como a música tem o poder de transformar. Veio aquela energia e continuei em frente.
Km 14 e meu joelho esquerdo começou a doer, me forçando a diminuir o ritmo "droga... tudo o que eu não queria era o joelho doendo, mas vou continuar mais um pouco"
Km 15... km 16... km 17... km 18... "meu Deus... tô cansado 'bagarai'"... e gente... chega um ponto que a energia simplesmente despenca... não há água, gel, gatorade, música que te anime.
Quase chengando no km 19, vi que o percurso fazia uma volta e logo tinha uma subida... aí não resisti... comecei a andar. Cheguei no meu limite.
Nunca tinha corrido mais de 10km... e estava chegando no 19. Pra mim isso já foi uma grande vitória.
Então fui andando até o km 20, já de volta na Av. Pacaembu e último posto de água. Uma coisa que eu achei bem legal aí foi que o pessoal que estava distribuindo os copos liam os nomes das pessoas e davam aquela força "Vai André, tá quase, você consegue".
Mais uma injeção de ânimo!!! Água na cabeça e a placa de 20 ficou pra trás.
Comecei a trotar bem de leve e pensei "não vou chegar andando, né? bora chegar correndo... eu vou conseguir"...
Aí quando eu ví o pórtico, já não senti mais dor, não senti calor, nem sei explicar o que senti. Só sei que um turbilhão de emoções tomou conta de mim e eu finalmente, após 2h34m46seg, cruzei a linha de chegada.
Samantha estava logo em frente e me deu aquele apoio sensacional quando passei por ela. Eu nem acreditava que tinha conseguido. Que alegria!!!
Dá uma olhada na chegada:
Gente... é muuuuito legal completar uma meia-maratona.
É muito difícil mas vale à pena. É emoção do início ao fim. É você contra você mesmo. É você contra seus medos. É você percebendo que você pode muito mais do que imagina. É você indo até os seus limites e dando um passo a mais... agora o limite é outro... agora eu sou meio-maratonista!!!
Forte abraço e me desculpem o textão... hehehe